quarta-feira, 28 de março de 2012

assunto(s) gambá
O gambá (também chamado mucura, na Amazônia e na Região Sul do Brasil, sarigué, sariguê, saruê ou sarigueia, na Bahia, timbu ou cassaco, de Pernambuco ao Ceará, micurê, no Mato Grosso e raposa, no Paraná, taibu, tacaca, saurê ou ticaca[1]) é um mamífero marsupial que habita desde o sul dos Estados Unidos até a América do Sul. É um dos maiores marsupiais da família dos didelfídeos. Pertence ao gênero Didelphis. São onívoros. Na natureza, têm, como principal predador, o gato-do-mato (Leopardus spp.), enquanto que, nas cidades, são, frequentemente, atropelados por terem a visão ofuscada pelos faróis e por terem pouca mobilidade – exceto nas árvores. São, por vezes, confundidos com o cangambá (Mephitis mephitis), que, embora semelhante, não é um marsupial, mas um mustelídeo.

Etimologia

"Gambá" procede do termo tupi gã'bá, que significa "seio oco"[2] (uma referência ao marsúpio onde as fêmeas criam seus filhotes). "Mucura" e "micurê" procedem do tupi muku'ra[3]. "Sarigué", "sariguê", "sarigueia", "saurê" e "saruê" procedem do tupi sari'wê[4]. "Timbu" é de possível origem tupi[5]. "Raposa" procede do castelhano antigo rabosa rabo[6]. "Tacaca" e "ticaca" procedem do tupi mba'é taka, que significa "coisa ruidosa"[7].

Características

Os gambás são animais com quarenta a cinquenta centímetros de comprimento, sem contar com a cauda, que chega a medir quarenta centímetros. Têm um corpo parecido com o rato, incluindo a cabeça alongada, mas com uma dentição poliprotodonte (fórmula dental: 5/4, 1/1, 3/3, 4/4 = 50). A cauda tem pelos apenas na região proximal, é escamosa na extremidade e é preensil, ou seja, tem a capacidade de enrolar-se a um suporte, como um ramo de árvore. As patas são curtas e têm cinco dedos em cada mão, com garras; o hálux (primeiro dedo das patas traseiras) é parcialmente oponível e, em vez de garra, possui uma unha. Têm marsúpio e, ao contrário da maioria dos marsupiais, sua cauda é menor que seu corpo.
Gambá fêmea, com a bolsa marsupial cheia de filhotes Os gambás podem reproduzir-se três vezes durante o ano, dando dez a vinte filhotes em cada gestação, que dura de doze a catorze dias. Como nos restantes marsupiais, ao invés de nascerem filhotes, nascem embriões com cerca de um centímetro de comprimento, que se dirigem para o marsúpio, onde ocorre uma soldadura temporária da boca do embrião com a extremidade do mamilo. Os filhotes permanecem no marsúpio até quatro meses e, quando crescem mas não são ainda capazes de viver sozinhos, são transportados pela mãe em seu dorso. Em cativeiro, o período de vida é de dois a quatro anos.

Comportamento

Os gambás não vivem em grupos, mas, na época da reprodução, eles formam casais e constroem ninhos com folhas e galhos secos em buracos de árvores.
Seus hábitos são noturnos. Por isso, quando começa escurecer, o gambá sai de seu abrigo para caçar e coletar alimentos. Sendo um animal onívoro, se alimenta praticamente de tudo, como: raízes, frutas, vermes, insetos, moluscos, crustáceos (caranguejos encontrados em zonas de manguezais), anfíbios, serpentes, lagartos e aves (ovos, filhotes e adultos).
Embora possuam uma grande diversidade de presas, os gambás são animais de movimentos lentos e de pouca agilidade, exceto para trepar em árvores, utilizando a cauda preensil.
Os gambás produzem um líquido fétido através das glândulas axilares. Esse líquido é utilizado pelo animal como defesa. Na fase do cio, a fêmea costuma exalar este odor para atrair os machos. Outra estratégia para escapar dos perigos é o comportamento de fingir-se de morto até que o atacante desista. O gambá tem especial predileção por sangue[8].
                                                               Gambá da América do Norte, com pelagem de inverno

Os gambás podem ser encontrados em várias regiões das Américas, desde o Canadá até a Argentina. No território brasileiro, há pelo menos quatro espécies:
Didelphis aurita - gambá-de-orelha-preta: em todo o estado de São Paulo, principalmente nas regiões de Mata Atlântica deste e dos estados próximos; ocorre também no norte do Rio Grande do Sul e na Amazônia;
Didelphis albiventris - gambá-de-orelha-branca: Brasil Central, especialmente no Estado de São Paulo e no Rio Grande do Sul; também endêmico no Nordeste, especialmente Pernambuco, Paraíba e adjacências, onde é denominado timbu;
Didelphis marsupialis – gambá-comum: desde o Canadá ao norte da Argentina e Paraguai; no Brasil, principalmente na região amazônica
Didelphis paraguaiensis - Rio Grande do Sul e Mato Grosso, podendo também ser encontrado no Paraguai.
Didelphis virginiana - gambá-da-virgínia: desde o Canadá ao norte da Argentina.
                                                      Espécies

Didelphis albiventris Lund, 1840 - gambá-de-orelha-branca
Didelphis aurita Wied-Neuwied, 1826 - gambá-de-orelha-preta
Didelphis imperfecta Mondolfi e Pérez-Hernández, 1984
Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 - gambá-comum (um exemplar desta espécie foi o primeiro marsupial a ser conhecido pelos europeus. Segundo a História da América, Vicente Yáñez Pinzón foi quem, em 1500, levou este animal para a Europa, o que causou estranheza, uma vez que os marsupiais, na Europa, haviam se extinguido no período terciário, há mais de 60 000 000 de anos.)
Didelphis pernigra J.A. Allen, 1900
Didelphis virginiana Kerr, 1792 - gambá-da-virgínia
†Didelphis solimoensis




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